quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A vitória da estabilidade


É um lugar comum, porém não deixa de ser verdade: a estabilidade da estrutura em qualquer organização é , sem sombra de dúvidas, fator chave para o sucesso. Assim, é com felicidade que vejo as “nuvens negras” a dissiparem-se do horizonte sportinguista, com o início da reconciliação entre os responsáveis pelo futebol. É a vitória do bom-senso, equilíbrio e afirmo-o sem quaisquer pudores, da verdade.
Inicio a minha reflexão, pela análise da última característica que atribui aos relativamente recentes acontecimentos, isto é, o triunfo da verdade. A reiteração da posição do Presidente do Sporting Clube de Portugal em relação à matéria do treinador, defensora da manutenção do referido agente contribui inevitavelmente, na minha ótica, para o total desabamento das declarações do ilustre José Eduardo. O confronto entre a coerência e a fundamentação vs a incoerência e a conspiração, para mim, conduzirá apenas ao triunfo das primeiras sobre as segundas. E sendo ambas as intervenções mutuamente exclusivas ( assumindo-se uma como necessariamente verdadeira e outra como consequentemente falsa), então é natural que me posicione pela veracidade daquelas que são mais verossímeis e coerentes. Por outro lado, o respeito pela instituição e pelos quadros honrosamente eleitos são também fatores que me levam a defender tal tese. Não é acefalia é apenas a promoção de vínculos de confiança necessários. Caso contrário, estaria a fazer a apologia daquilo que critiquei, das absurdas teorias da conspiração não fundamentadas, reativas, desnecessárias. Era a vitória da incoerência.
Escrevi, igualmente, que a reconciliação é também a vitória do bom-senso. Esta conclusão, resulta de algo que, em cima, também já mencionei: a absoluta necessidade de estabilidade. É a estabilidade que abre portas a um progressivo aperfeiçoamento dos métodos de trabalho, abrindo as bases para um sucesso futuro. Exemplifico tal posição recorrendo a um exemplo estrangeiro: foi a persistência, a confiança no treinador, Alex Ferguson, que possibilitaram, em harmonia com a estrutura, importantes sucessos desportivos.
Em último lugar, destaco o equilíbrio. O equilíbrio de duas posições. Da posição do Presidente e da restante direção e da posição do treinador e sua equipa. A vitória do equilíbrio entre a defesa do dogmatismo programático e da autonomia desportiva do treinador. Provavelmente, uma das partes perdeu mais do que ganhou, cedeu substancialmente mais do que a outra, mas como muitos dizem C'est la vie. Em nome do sucesso, tudo é defensável, quase tudo é aceitável.