segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Futebol para broncos


O futebol move paixões, faz sofrer, leva-nos da tristeza à alegria em minutos num carrossel de emoções que fazem com que os 90 minutos de um jogo de futebol sejam tão intensos no relvado como fora dele, tanto nas bancadas como em frente à televisão. O outro futebol, aquele jogado nos bastidores, é o oposto de tudo isto, é mesquinho, cheio de golpes baixos, onde vale tudo para tentar levar a melhor sobre os outros, no fundo é aquele que em Portugal é tão prolífico, que se não formos aí uma das melhores ligas do mundo deveremos estar lá perto.

Antes existia no futebol nacional um clima de suspeição. O adepto sentia a existência de alguns factores externos ao que se passava no relvado, mas o que seria? Seria um guarda Abel, um tal de Sistema? Veio a saber-se que eram apenas coisas como doçaria, frutas e vegetais e viagens para o Brasil para recompensar o excelente trabalho de profissionais da arbitragem, tudo actos inócuos, como a nossa justiça o provou de forma absoluta e que todos nós pudemos atestar com o acesso a excelentes gravações áudio de chamadas telefónicas. Essas sim ilegais.
Isso era antes. Actualmente gozando de uma sociedade muito mais evoluída, o dirigente desportivo pode fazer tudo isto sem recorrer a técnicas manhosas, o que é óptimo a todos os níveis. Os jornais e programas televisivos têm peças para vender e o adepto tem leitura e magníficos debates televisivos para se deleitar sobre as últimas artimanhas do mundo da bola, que existem realmente, mas de que ninguém saber! Isto é o futuro com que sempre sonhamos.
Por fim, apesar de actualmente ser assim, espero que isto não seja apenas um momento fugaz na história do futebol nacional. Para quê estar a chatear o adepto do futebol com assuntos tão chatos como a corrupção desportiva, ou a divisão a meias da Liga de Clubes, se é possível, por exemplo, dissecar mensagens de redes sociais, de forma a retirar dali boas peças de que o adepto necessita realmente? Foi difícil chegarmos até aqui, por favor que não se altere aquilo que está bem.

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