quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Qualidade a mais na equipa B


João Mário, Ricardo Esgaio e Zezinho: se há um 1 ou 2 meses seria normal pensar que algum destes jogadores ou mesmo os 3 pudessem estar na primeira equipa do Sporting na época 2013/2014, o decorrer da pré-epoca confirmou o contrário e nenhum destes jovens ao que tudo indica fará parte dos 22 escolhidos para a equipa de Leonardo Jardim. Este desfecho ocorre devido a diversos factores e circunstâncias que não cabe agora enunciar, e não me vou debruçar sobre a justiça ou eventual injustiça da não inserção destes jogadores, mas sim pôr olhos na época que se avizinha e tentar perceber aquilo que seria o mais indicado para a boa evolução destes jovens com um potencial que está à vista de todos.
No meu entender, o ideal depois da não integração na 1.ª equipa seria mesmo o empréstimo a uma equipa da Liga Principal ou mesmo um clube estrangeiro que garanta minutos a estes jogadores (como por exemplo o parceiro Cercle Brugge, onde evoluiu William Carvalho), sendo que este meu entendimento deriva principalmente de 2 motivos muito fortes como são o facto de o Sporting ter cerca de 18 jogos até à reabertura do mercado e a não ser que haja uma grande onda de lesões ou rendimento muito aquém de alguns jogadores da equipa principal muito dificilmente estes 3 jogadores irão ter muitos minutos na 1.ª equipa e acima de tudo devido à menor qualidade que apresente a nossa 2.ª Liga (por muito que o equilíbrio e a imprevisibilidade da classificação final nos tente “enganar”).
A verdade é que por exemplo os jogos feitos pela equipa B do Sporting em casa, que tive oportunidade de ver (e foram a maioria), eram invariavelmente a um ritmo muito baixo e com um jogo de posse por parte dos jovens leões sem grande oposição dos adversários pois no 2.º escalão ainda permanece muito a cultura do “pontinho” e para muitos treinadores jogar fora ainda é sinónimo de recuar as linhas jogar no bloco muito baixo sem correr grandes riscos e caso o empate aconteça estaremos sempre na presença de um óptimo resultado, e contra um equipa com a qualidade técnica do Sporting B a equipa média desta 2.ª Liga limita-se a deixar jogar sem fazer um pressing muito incisivo sobre o portador da bola, portador esse que se for por exemplo João Mário apenas terá que jogar aquilo que sabe, impondo a sua qualidade técnica e jogando quase que de “cadeirão” (como é frequente se dizer entre os adeptos de futebol).
E é esta falta de exigência constante (que acontece de forma ainda mais acentuada nos campeonatos nacionais da formação) que faz com que a evolução não se faça tão depressa como poderia acontecer, e que estes jogadores muitas vezes não tenham a rodagem competitiva exigida para o mais alto nível consumando-se depois na tal falta de “intensidade” que o adepto reclama por exemplo na selecção de sub-20 que jogou na Turquia.

João Mário: Diria que não seria descabido de todo apelidar este jogador como o “Thiago Alcântara Português”, pois à semelhança do espanhol poderá ser no futuro um jogador capaz de fazer as 3 posições do meio campo (6, 8 ou 10) dada a sua qualidade técnica para a recepção de bola e execução do passe (seja curto ou longo) sempre junto a um grande discernimento sobre qual a melhor opção para dar continuidade à jogada, consubstanciado isso numa grande visão de jogo. Os aspectos a melhorar são sobretudo: o remate e a capacidade para aparecer mais em zonas de finalização, a velocidade de execução com a bola nos pés, o doseamento do esforço (pois muitas vezes faz a transição defensiva a passo) e a capacidade para ir ao choque com médios mais robustos fisicamente. E a correcção destes erros seria mais rápida num campeonato mais forte.
Zezinho: Jogador muito forte com bola, tendo como principal característica a dificuldade que os adversários têm em lha roubar, pois é muito forte a protegê-la e tem qualidade técnica para conseguir suprir a pressão do adversário que a tenta roubar. Tem a força física para ser o “bicho” que a posição 6 ou 8 exige que seja, mas deverá aprender também a dosear o esforço e o posicionamento em campo para que o seu desempenho defensivo e capacidade para cortar linhas de passe seja constante ao longo de todo o jogo. O seu grande defeito diria que é a falta de percepção sobre aquele que deve ser o momento certo para soltar a bola exagerando muitas vezes na condução da mesma, quando a devia soltar de forma mais rápida como se exige na primeira fase da transição ofensiva (defeito que poderia desaparecer aos poucos num campeonato com um ritmo mais alto que a 2ª Liga).
Ricardo Esgaio: Aquilo que impressiona mais em Esgaio é mesmo a sua inteligência com e sem bola. Estando nós na presença de um jogador que percebe o jogo, ao contrário de muitos dos seus colegas que só são jogadores devido às características físicas que possuem como atletas. É esta inteligência para entender o que o jogo exige, que faz com na época passada a sua polivalência o fizesse ser opção para a maioria das posições do campo (tendo mesmo jogado a defesa esquerdo). Apesar de fazer bem as alas dada a sua velocidade com bola, finta curta, raça e capacidade para aparecer a finalizar jogadas fazendo dele um jogador com muito “golo”, a posição em que talvez poderia ser melhor potenciado é mesmo a médio interior pois é muito forte na recepção e no passe, na capacidade para jogar de primeira e executar rápido aliando isso a uma boa visão de jogo e uma grande intensidade com e sem bola. No fundo estamos a falar de um jogador com grande QI futebolístico, que seja a jogar a lateral, extremo ou médio tem tudo para ser muito útil à equipa A do Sporting nos próximos anos.

Ao que consta, a direcção está mesmo a ponderar a possibilidade de emprestar o irmão de Wilson Eduardo, mas deveria também fazê-lo com Esgaio e Zezinho, dando-lhes assim a possibilidade de jogar a um nível mais elevado que a Liga “Revolução by Cabovisão”, regressando depois mais fortes ao Sporting, e serem opções válidas na 1ª Equipa (tendo sempre aberta a possibilidade de regressarem já em Janeiro em caso de necessidade).


2 comentários:

Anónimo disse...

Minha equipa contra o Arouca em 4-2-3-1:

Marcelo;
Welder, Semedo, Maurício, Rojo;
Eric, Wilson;
Carrillo, Montero, Wilson;
Slimani

DUARTE

Anónimo disse...

Minha equipa contra o Arouca em 4-2-3-1:

Corrijo:

No meio campo, em vez de Wilson, é antes William.

DUARTE