quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O caso de Wolfswinkel

Ações ofensivas de Wolfswinkel, frente ao Rio Ave. A amarelo os passes certos, a vermelho os passes errados/perdas de bola, e a azul os remates)
"Ricky van Wolfswinkel é o jogador mais discutido pelos adeptos leoninos, por estes dias. O principal alvo dos desabafos, depois de três jogos oficiais do Sporting sem vitórias, e com apenas um golo marcado. O «jejum» do avançado holandês alimenta as críticas, mas não será o (grande) problema da equipa, antes um sintoma.
Wolfswinkel é um avançado que vai com a maré. Se o coletivo funciona, o holandês aparece a marcar, dificilmente fica no fundo. Se as coisas não estão a correr bem, Wolfswinkel também fica submerso.
Porventura fruto da idade, o avançado ainda não se alimenta sozinho. Está ainda a desenvolver aquela capacidade para decidir jogos que parecem fugir para o lado contrário, para inventar golos quando a equipa nem o faz por merecer. A capacidade para fazer um golo a cada «meia oportunidade», como se costuma dizer.
Para já o índice de eficácia é inferior, pelo que Wolfswinkel precisa de ser melhor servido, algo que a equipa também não tem conseguido garantir. Tem sido evidente a falta de um verdadeiro «playmaker», por exemplo, que não só consiga pensar os ataques como também estabelecer uma ligação direta ao ponta de lança. Não deixa de ser verdade, porém, que o holandês poucas vezes procura a bola na zona entre a linha de meio-campo e o limite da área. O movimento preferido de Wolfswinkel é a diagonal para as zonas exteriores, como se pode ver no gráfico que acompanha este artigo, e que apresenta as intervenções do jogador no jogo com o Rio Ave, no processo ofensivo. E as diagonais são sobretudo para a direita, uma vez que Carrillo deixa muitas vezes o espaço no flanco, à procura de zonas interiores. Capel, do lado contrário, permanece mais colado à linha, e as constantes subidas de Insúa também deixam pouco espaço para Wolfswinkel aparecer por ali.
Estes até são raros momentos de rutura na equipa do Sporting, mas acabam por revelar-se pouco úteis, pois não existe ninguém que apareça com perigo na área, a corresponder ao cruzamento (Capel, Carrillo, Adrien ou mesmo André Martins não têm esse perfil). Perante a dificuldade em «furar», em encontrar espaços interiores, a formação leonina tende a abusar dos cruzamentos, muitas vezes só com o holandês na área, e essa não é uma vertente do jogo em que o ex-Utrecht seja muito forte.
Os problemas de Wolfswinkel são, por isso, os problemas da equipa: um perfil mais talhado para as transições rápidas, com espaço nas costas da defesa. Quando os últimos 30 metros estão muito povoados o Sporting mostra-se uma equipa monocórdica, e o avançado perde-se na área, entre os centrais, com reduzida capacidade para fazer a diferença em espaços reduzidos."

Fonte: MaisFutebol

1 comentário:

Unknown disse...

Também analisei o "caso" RVW se puder espreitar e comentar agradeço. somosporting.blogspot.com