sábado, 14 de maio de 2011

Entrevista a João Pereira

In OJOGO

Qual a importância nesta altura de se garantir o terceiro lugar? É uma questão de honra?

Toda! Já no ano passado ficámos em quarto lugar e ficámos desiludidos. Este ano queríamos provar que somos melhores. Também não vou dizer que chegar ao terceiro lugar é uma grande vitória para nós, pois dizer que o terceiro lugar é bom para o Sporting é estar a enganar toda a gente. Devíamos estar a lutar pelos títulos, pelas taças... Não posso dizer que o terceiro lugar nos vai salvar a época, mas é o menos mau.

Os problemas anímicos estão ultrapassados para este jogo ou estão ainda latentes? Como está o grupo para o encontro decisivo?

Estão ultrapassados. Temos demonstrado ao longo da época que, nos jogos importantes, superámos as expectativas das pessoas. Com o FC Porto, em casa, toda a gente esperava que fôssemos goleados, mas estivemos na frente, a ganhar, e no final o FC Porto empatou. Com o Benfica, na Taça da Liga, estivemos empatados até aos 92'... O Matías Fernández podia ter feito o 2-1 aos 89' e logo a seguir sofremos um golo nos descontos! Fomos ao Dragão e perdemos por 3-2, mas num jogo equilibrado. Ganhámos ao Braga em casa! Nestes jogos, conseguimos superar as expectativas e vamos fazer um bom resultado.

Sempre foi um jogador temperamental. O João Pereira é o seu próprio maior inimigo?

É verdade. Fervo em pouca água, tenho tentado melhorar, mas nasceu comigo e não é fácil de abandonar. Tenho pena é da dualidade de critérios tão forte só por ser o João Pereira e, quando são outros jogadores, não acontece nada. Lembro-me, quando fui expulso, de que vi nos jornais que sou indisciplinado, com 13 amarelos. Mas é em todas as provas, esquecem-se é de dizer isso! Só escrevem e lêem o que querem ou o que lhes interessa. Se forem verificar, não tinha nenhum por discussão ou ofensas ao árbitro. Eram todos por faltas, por questões técnicas ou tácticas. É mentira que tenha visto todos os amarelos por discutir com os árbitros. Está provado.

Mas a expulsão impede-o de participar neste jogo, uma vez que o castigo foi confirmado...

É frustrante não poder jogar em Braga por uma injustiça, quando fui o único jogador a ser castigado com dois jogos nesta situação. Gostaria que comparassem as imagens televisivas com o relatório do árbitro para tirarem uma conclusão e perceberem a injustiça que é. Acreditava que me iriam reduzir o castigo, e é com muita tristeza que não posso ajudar os meus companheiros na luta pelo terceiro lugar em Braga.

Há algum trabalho psicológico a ser feito para alterar essa característica?

Não estou a querer justificar a expulsão, não estou a dizer que fui mal expulso. Pelos regulamentos, com o que eu disse posso ser expulso. Mas se todos fossem expulsos por isso em Portugal, os jogos não acabavam. Por isso digo que há dualidade de critérios. O João Pereira tem um rótulo, e isso vai-se manter a vida toda. Mesmo que melhore, se acontecer alguma coisa é o João Pereira e levo logo vermelho. Tenho-me tentado controlar, mas às vezes não é fácil. Com o ambiente do jogo - e vinha de uma lesão com a qual algumas pessoas até diziam que eu já não jogava mais esta época, e por ter conseguido regressar tenho de agradecer ao departamento médico... -, as coisas estavam a correr-me bem, mas depois André Santos foi expulso. Quando isso aconteceu, mesmo com 2-1 a nosso favor, o lado psicológico começou a funcionar e estava mesmo a ver que estava mais perto o empate... Depois foi um momento quente do jogo e disse palavras que não devia ter dito. Peço desculpas por isso, mas fico magoado pela tal dualidade de critérios.


2 comentários:

João Pereira disse...

Ridículo, dois jogos de castigo por palavras ao arbitro! Quando há jogadores como Coentrão que encostam a cara aos árbitros como se tivessem a jogar lá no bairro...

Héber disse...

Critérios...