domingo, 5 de outubro de 2014

Sapatada no jejum


Quem esperava ver uma superioridade claramente forasteira durante o primeiro tempo, em parte acertou, mas não em tudo. Os nossos homens tinham de facto o controlo da posse de bola, do ritmo de jogo, aproximaram-se com frequência da área adversária mas o problema foi o momento decisivo, perto da baliza. Mesmo assim houve espaços (muitos concedidos pela defesa caseira) para Nani, Sarr e sobretudo Slimani; nenhum marcou. Entre jogadas confusas e falta de pontaria, nada resultou no primeiro tempo. O Penafiel foi defendendo com as suas armas - nem sempre muito bem - e no ataque a única oportunidade clara que teve até ao intervalo apareceu praticamente numa oferta de Sarr, que Guedes não aproveitou. 
Marco Silva leu bem os acontecimentos da primeira parte e tomou uma decisão ao intervalo. Daria 10 minutos para que a equipa desse a ‘sapatada’ no jogo (e no marcador) e preparou o plano para o caso da tal ‘sapatada’ não acontecer. A tal sapatada não aconteceu e Marco Silva, inteligentemente, baralhou e voltou a dar. Lançou Adrien para o lugar de William (mais uma vez esteve a léguas do melhor que já lhe vimos) e Montero para o lugar de André Martins (que não agarrou a oportunidade de reaver o lugar que já lhe pertenceu). O jogo mudou imediatamente e nem passados 10 minutos Rui Quinta percebeu que o autocarro já não era suficiente já que Montero entrava e saía a seu bel prazer.
Se já havia vários "buracos" até então, nos últimos 30 minutos a defesa do Penafiel tremeu ainda mais. O Sporting aproveitou: bis de Slimani em dois minutos, Montero a voltar aos golos 300 dias depois e Nani a sentenciar uma goleada, não muito exagerada em relação ao que se viu em campo.

Slimani - Fez o que se pede essencialmente a um ponta de lança. Pouco assertivo no primeiro tempo, mas depois foi crucial com os seus dois golos assistidos por cada um dos laterais. É ele também quem faz a abertura para Capel assistir Montero.

Fredy Montero - Funciona ao lado de Slimani e ainda beneficia o jogo de toda a equipa porque sabe jogar muito bem nas entrelinhas e com o argelino não precisa de andar colado aos centrais. O golo e assistência foram o coroar do renascimento del Avioncito.

Nani - Encheu o campo, sobretudo na primeira parte, e foi o grande dinamizador do jogo leonino. Está cada vez melhor e coroou a exibição com um pormenor genial a fazer o quarto tento.

Paulo Oliveira - Boa estreia a titular onde ganhou todos os lances que disputou. Foi a melhor unidade se olharmos para os 90 minutos no global, pelo que espero que mantenha a titularidade.

Marco Silva - Ontem mais que o jogador A ou B na minha opinião foi o Marco que ganhou o jogo. Uma das criticas que faço, e acho que toda a gente, é a forma como mexe no jogo, sempre com as mesmas substituições e perto do fim do jogo. Ontem surpreendeu com o timing e com as mexidas que fez. Espero que com o jogo de ontem tenha definitivamente tirado da cabeça que já não está no Estoril mas sim no grande Sporting e há que não ter medo de arriscar.

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