quinta-feira, 23 de maio de 2013

Alheamento


Existe por esta altura uma nuvem cinzenta que vai cobrindo a realidade dos factos, a de que o Porto deve o título nacional ao deslize do Benfica diante do Estoril, desvalorizando por isso a campanha de uns e dando o mérito a quem não o merece. O Porto perdeu um único duelo em 60 para a Liga Portuguesa com Vítor Pereira, e se a isto somar-mos a época de André Villas Boas, onde o técnico natural de Espinho era Adjunto do actual treinador do Tottenham, significa uma única derrota em 90 jogos.
Ora, nem é preciso ter uma boa memória para recordar os pontos perdidos pelo F.C.Porto ao longo da temporada, saltam à vista dois penaltis falhados por Jackson Martinez em dois duelos que acabaram empatados, mas na vida, por mais dura que possa ser, às vezes acaba por ser justa para os vencedores e ingrata para os vencidos, tudo misturado, para poder dizer que de "ses" não vive ninguém, como Paulo Bento disse um dia numa conferência de imprensa: "Se a minha avó tivesse rodas, seria um camião".
Os do norte são sempre os favoritos porque conquistaram esse estatuto, num País maioritariamente centralizado em fomentar calúnias em vez de apoiar os seus, ultrapassar desilusões e trabalhar para melhorar rendimentos, rege-se pela descredibilização e nunca pela verdade dos factos. Azar e sorte podem existir, viver em alheação, esquecimento para ser menos profundo, mas mais intenso, é que não é compreensível, para tantos doutores no futebol.
O nosso Sporting também entra nisto. A equipa, mais que qualquer jogador individual, tem de elevar o seu estatuto. Em vez de andarmos a promover certo jogador para ser vendido por milhões, devia-se promover a equipa no seu todo. O simbolo de um clube deve ser o emblema e não a personificação de um homem!

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