segunda-feira, 23 de abril de 2012

"Não esqueço", por Vasco Palmeirim


« Foi das noites mais perfeitas da minha vida. O jogo, o ambiente, a vitória, a amizade entre sportinguistas e bascos. Ainda não tenho palavras para descrever o que aconteceu naquela 5a feira. Se merecíamos mais em termos de resultado? Claro que sim. Aquela cabeçada do Wolfswinkel e o remate de Carrillo tinham de ter acabado dentro da baliza Vitor Damas. Mas em relação a tudo o resto... não peço mais nada! Não esqueço o aplauso ao intervalo de 4500 bascos para a Juve Leo. Não esqueço as palmas de mais de 30 mil sportinguistas para todos os aficionados do Atletic Bilbao que foram um exemplo de fair-play dentro e fora do estádio. Não esqueço a ovação a Diego Capel [que jogatana, meus amigos, que jogatana!]. Não esqueço aquela bola no poste que, na altura, faria o 0-2. Não esqueço a forma como a equipa acreditou sempre que era possível dar a volta. Não esqueço os gritos estranhos da senhora que estava dois lugares ao meu lado (“Teso! Teso! Teso!!!”). Não sei bem o que quereria ela dizer. E, sinceramente, prefiro não saber. Prefiro recordar o vídeo que vi há pouco no youtube: 4 adeptos do Sporting a oferecer a tarja que homenageava o basco Iñigo Cabacas e a resposta de milhares de Bascos, gritando “Esporting! Esporting!”. Uma cena capaz de comover até a besta mais insensível. Coisa que não sou. Choro nos filmes. Acho que ainda detenho o record do antigo Cinema Império de “sujeito com mais litros de lágrimas derramadas no decorrer de uma película”. Maldito sejas, Clube dos Poetas Mortos!
Obrigado, Sporting, por mais uma noite digna de figurar no meu álbum de memórias. E é engraçado. No final do jogo, já na roulotte Bucha e Estica [há quem deixe de ser vegetariano por causa daquelas bifanas!], olhei para os amigos que estavam lá comigo. E vi tipos da minha faculdade, outros da minha antiga rádio, malta que conheci através da minha namorada já para não falar dos habitués da roulotte. E não consegui deixar de sorrir.
Que me perdoe a marca de telemóveis finlandesa, mas a frase “Connecting People” é, na realidade, do meu clube. Isto é o Sporting! »

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado por nos possibilitares a leitura desta crónica soberba! Parabéns ao Vasco Palmeirim. Ele é um verdadeiro sportinguista, e na minha humilde opinião dá lições de sportinguismo aos Pseudo-notáveis D.Ferreira; Rui Oliveira Costa;, Vic. Moura; Rib. Cristovão;, B. Carvalho; Jorge Gabriel e até Ed. Barroso! É destes puros e orgulhosos sportinguistas (anónimos) que o grande Sporting precisa. Saudações Leoninas.