terça-feira, 30 de setembro de 2014

Nível de Champions


Tenho de ser muito honesto e de dar a minha opinião sobre o que vi (arbitragem à parte): ficou demonstrado que somos, neste momento, duas equipas: uma boa a atacar e outra muito fraquinha a defender; não fosse o Patrício e tínhamos levado um cabaz. Nunca vi uma equipa de Mourinho com tantas oportunidades de golo, contudo temos de ter em conta o leque de craques de que dispõe. A nós exige-se mais rigor defensivo e uma equipa que se diz de champions não pode dar tantas abébias como demos hoje. Há muito trabalho pela frente e é inegável: faltam jogadores de craveira no sector defensivo. E aqui houve uma novidade, Paulo Oliveira disse presente, veremos...

Terceiro ponto para acabar o que de mau vi. Partilho totalmente das declarações do José Nunes da Antena 1. Exige-se muito mais a um jogador como Slimani. Montero em 10 minutos mostrou mais tudo do que o argelino. Volto a frisar aquilo que já defendi por aqui: é um crime ter dois alas da dimensão de Carrillo e Nani (que gostam de ter bola e ter um ponta-de-lança que saiba jogar com os pés) e na frente ter um pinheiro. Nada contra o Slimani mas, na minha opinião, não pode jogar a titular numa equipa como a nossa atualmente, pelo menos sozinho.
Tirando estes pequenos-grandes pormenores, temos de frisar que a equipa deu tudo e mostrou coisas fantásticas do meio-campo para a frente. Temos muita matéria de qualidade e, sinceramente, vejo-nos com francas hipóteses de seguir em frente. Caso façamos 4 pontos nas próximas duas jornadas, penso que poderá chegar.

Rui Patrício - Uma exibição ao nível de Rui Patrício: muito alto. Passou por ele, aliás, o facto do jogo não ter acabado mais cedo. Começou o festival logo no primeiro minuto, a travar um Diego Costa isolado. Na segunda parte haveria de fazer o mesmo a Óscar. Pelo meio ainda parou um remate de Schurrle. Patricio a escrever pergaminhos de história pelo nosso Sporting.

Nani/Carrillo - Por fim Carrillo tem justificado dentro de campo o imenso talento que tem. Começou a brilhar logo no minuto inicial, numa jogada em que passou por vários adversários, e nunca mais parou. Tecnicista, atrevido e solidário, jogou sempre bem. Numa jogada grande jogada individual foi travado por Ivanovic, quando já se isolava, pouco depois sofreu um penálti não assinalado. Já o internacional português entrou no jogo mal, individualista e bastante inconsequente. Na segunda parte melhorou, foi ele próprio e carregou a equipa às costas na transfiguração operada.

João Mário - Encheu o campo: tanto assim que quando se teve que tirar um médio para colocar Montero, Marco Silva preferiu tirar Adrien Silva. Forte fisicamente, muito móvel, surgiu no centro, à direita e à esquerda, sempre a dar apoio aos colegas e a abrir linhas de passe. Excelente exibição do médio.

Adeptos - O nosso clube já merecia uma noite assim: depois de cinco anos de ausência de Liga dos Campeões, os grandes clubes, os grandes jogos e os grandes jogadores regressaram. O Estádio vestiu-se de gala, ficou perto da casa cheia e vibrou à medida da Champions. Incansável no apoio!

Naby Sarr - Marco Silva vai ter de fazer alguma coisa relativamente aos centrais: o Sporting não pode continuar com dois jogadores que não têm saída de bola, que não se entendem, que falham constantemente nas marcações. Sarr muito pior do que Maurício já que o brasileiro está ciente das suas limitações e fez um jogo competente ganhando vários duelos individuais. O francês precisa de equipa B. Paulo Oliveira ainda por cima entrou bem no jogo...

William Carvalho - Esteve, e ao contrário do que tem feito esta época, mais em jogo: mas mesmo assim longe de estar bem. Prendeu a bola, por vezes exagerou nas iniciativas individuais e até os passes por vezes não lhe saíram.

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