quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Mundial é obrigação


Luxemburgo 1-2 Portugal
Portugal 3-0 Azerbaijão
Rússia 1-0 Portugal
Portugal 1-1 Irlanda Norte
Israel 3-3 Portugal
Azerbaijão 0-2 Portugal
Portugal 1-0 Rússia
Irlanda Norte 2-4 Portugal
Portugal 1-1 Israel
Portugal 3-0 Luxemburgo

Os especialistas da bola (ou especialistas das desculpas) afirmam que hoje em dia até as equipas mais fracas estão mais fortes tacticamente e que por isso, ao contrário do que se sucedia há 20 anos atrás, já não existem jogos fáceis nem goleadas. Pois bem, olhando para o apuramento Sul-Americano e Europeu (excluindo os jogos de Portugal) vejo que aconteceram 68 goleadas (resultados com 3 ou mais golos de diferença).
Outra situação curiosa é o exemplo da selecção holandesa. A Holanda tem uma população de quase 17M habitantes. No futebol esta selecção ambiciona sempre liderar as fases de Qualificação e depois ganhar os Europeus e Mundiais. Neste país, no contexto futebolístico, olham para os seus adversários olhos nos olhos e exigem que a sua selecção seja pelo menos capaz de se equilibrar com os seus concorrentes. A curiosidade é que estes adversários são o Brasil com quase 199M de habitantes, a Argentina com 41M, a Inglaterra com 53M, a Itália com 61M, a Alemanha com 82M, a França com quase 66M e a Espanha com 47M de habitantes.
Em Portugal a desculpabilização é sempre o caminho mais fácil. Somos um povo com manias de superioridade mas que se considera limitado pelas suas fronteiras. Somos um povo arrogante na vitória e cobarde na derrota. Nós limitamos as nossas fronteiras, nós criamos as nossas limitações. Sendo assim olho para esta nossa fase de Qualificação e digo que deveríamos ser obrigatoriamente os lideres do grupo, sem desculpas e já com o apuramento conseguido. Deveríamos ter exibido boa qualidade futebolista durante esta Qualificação, algo que não aconteceu em nenhum dos 9 jogos. Deveríamos ter 8 vitórias, dando assim o benefício da dúvida para o jogo na Rússia. Deveríamos ter goleado no Luxemburgo e no Azerbaijão. Deveríamos ter goleado não só na recepção ao Azerbaijão mas também na recepção à Irlanda do Norte, Luxemburgo e Israel.
Depois da campanha miserável que fizemos, cabe-nos terminar como grandes, cumprindo a nossa obrigação. Não ir ao Mundial é como não ter nenhum clube português nas competições europeias. É com as desculpas que nos inferiorizamos, é com a exigência que nos agigantamos.


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