segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Épico



Estivemos a perder, sofremos, arriscámos e demos a volta contra o Gil Vicente, ganhando por 2-1.
Ricardo Sá Pinto apresentou uma mudança de vários elementos no onze inicial e também uma alteração táctica, com um 4-4-2: Rinaudo e Pranjic no centro, Viola na frente ao lado de Van Wolfswinkel. E com um contingente argentino que raramente (ou nunca) se viu em Alvalade: Rojo, Insúa, Rinaudo e Viola foram os quatro argentinos titulares. Nos primeiros minutos Pranjic e Capel poderiam ter marcado, mas foram os visitantes que inauguraram o marcador logo aos seis minutos. Xandão falhou, rematando contra um adversário, Cédric não fez melhor e, carregado em falta, deixou a bola para Luís Carlos, que aproveitou para marcar. Na tentativa de reação, o Sporting tinha mais bola enquanto os minhotos tentavam contra-ataques rápidos. Tentavam apenas, sem sucesso. Assistia-se assim a um jogo "solto", com velocidade e com apenas uma falta nos primeiros 17 minutos (e não estávamos na liga inglesa).
Com a saída do croata, o nosso futebol perdeu um pouco o fulgor ofensivo, sendo que se começava a apostar mais em jogadas pelas alas, e a grande oportunidade surgiu já no último segundo do primeiro tempo; foi Viola, com um "tiro" à barra. E o Gil chegava ao intervalo a vencer com apenas um remate à baliza.
É hora de atacar com todos!; terá sido este o pensamento de Sá Pinto para a segunda parte. Quando Xandão saiu e Carrillo entrou, a estratégia da equipa caseira passou a ser Izmailov e mais cinco à sua frente: Labyad, Carrillo, Capel, Viola e Wolfswinkel - todos eles elementos claramente ofensivos. Os minhotos poderiam aproveitar o espaço no meio campo (já existente na primeira parte e agora mais visível), mas demonstraram-se sempre incapazes de atacar com perigo devido ao tampão chamado Rinaudo. A única oportunidade apareceu novamente num passe involuntário de Cédric, mas desta vez Luís Carlos não conseguiu superiorizar-se a Rui Patrício, que fez uma grande defesa.
Confuso, trapalhão e inconsequente. Estava assim o nível do Sporting até que um cruzamento de Insúa mudou o panorama. Estavam decorridos 75 minutos, o argentino colocou a bola na área, Capel antecipou-se no segundo poste e igualou a partida. Mais confusão, mais "coração"... e mais um golo. Do outro lado, Cédric cruzou, Wolfswinkel antecipou-se no primeiro poste e completou a reviravolta, de cabeça. Nos instantes finais, realce para a estúpida expulsão de Labyad.
[Homem do jogo] Sá Pinto - Viu o que o jogo precisava e arriscou tudo o que tinha. Entrou em campo com uma equipa nunca antes vista e que revelou um melhor futebol que os onzes anteriores. Naquele esquema falta apenas encaixar Boulahrouz.
Rinaudo - Mais fixo que em outros jogos, a mesma capacidade de luta, a mesma vontade e a mesma capacidade de sair a jogar e até tentar o golo. O Sporting ganha com ele mais alma do que com Gelson. Acabou o jogo a patrão na defesa.
Viola - Bons pés, energia, drible. Percebe-se que gosta dos flancos, sobretudo do esquerdo, de onde parte para a área rival. Mostrou muitos bons pormenores na primeira parte, criando desequilíbrios que os companheiros não conseguiram finalizar. Com o tempo e o desgaste foi perdendo fulgor, e sentiu mesmo dores musculares, o que demonstra que se entregou ao jogo até onde aguentou.
Insúa - Bom regresso também do argentino. Deu profundidade, qualidade ao corredor esquerdo e ainda fez a assistencia para o 1-1.
Xandão - O gigante brasileiro está diferente esta época. Quando a bola lhe chega aos pés, parece que treme, e á conta disso teve má influencia no jogo anterior frente ao Basel e no jogo de hoje devido ao golo sofrido.

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