quinta-feira, 5 de abril de 2012

São Patrício põe-nos mais perto da final

Metalist vs Sporting (EPA/Sergey Dolzhenko)

Antes de tudo: estamos nas meias-finais da Liga Europa! Depois de um empate a um golo no reduto do Metalist Karkhiv. Mais uma eliminatória sofrida como só o bom coração de leão sabe, mas são estas que sabem melhor depois de todo o esforço.
Os ucranianos assumiram as despesas do jogo, mal soou o apito inicial, como lhes competia, já que partiam em desvantagem para o desafio. E logo aos 4 minutos, Edmar punha Rui Patrício à prova, com um cabeceamento, no seguimento de um livre de Cleiton Xavier. Na resposta falhava o árbitro assinalando mal um fora- de-jogo a Wolfswinkel quando este seguia isolado para a baliza, num contra-ataque.
Era entregada a iniciativa do encontro ao Metalist, mas os homens da casa não conseguiam criar grandes espaços para desequilibrar a balança. Quando a nossa defesa se distraía, estava lá São Patrício para segurar, como aconteceu aos 32 minutos, quando Taison rematou rasteiro, depois de fintar Anderson Polga.
Da primeira parte ficam ainda um cabeceamento de Cristaldo por cima da baliza, depois de um passe de Cleiton Xavier para as costas de Xandão, e um remate de João Pereira, de pé esquerdo para a defesa de Goryainov. O golo precioso surgiu no último lance antes do apito para o intervalo: Diego Capel cruzou com o pé direito, na esquerda, e a bola aterrou na cabeça de Wolfswinkel que se antecipou aos centrais do Metalist.
Com a eliminatória em 3-1 a nosso favor, a equipa mantinha toada de expectativa, entregando a bola ao adversário que preferia apostar no contra-ataque. Aos 49 minutos, Polga salvava a vantagem, com um corte no último momento que não deixou a bola chegar a Cristaldo que aparecia com perigo na área. Mas aos 57´ ninguém conseguiu travar o argentino do Metalist. Cristaldo fazia o empate com um remate rasteiro, depois de uma assistência de cabeça de Devic.
O empate deu fogo à equipa da casa e aos 63 minutos Insúa empurrava o mesmo Devic na área, sob o olhar atento do árbitro que não hesitou em assinalar grande penalidade. Mas era noite de São Patrício! O nosso guardião defendeu o remate de Cleiton Xavier com as pernas e mantinha-se a vantagem lusitana.
Entretanto Sá Pinto impunha nova estratégia de contenção defensiva colocando Renato Neto para o lugar de Matías Fernandez, e também André Martins, a grande surpresa no onze titular e que assinou uma boa exibição, saía para entrar André Santos.
Nos minutos finais do encontro valeu a nossa capacidade de sofrimento. Com Taison a comandar a armada ucraniana que procurava o golo que empataria a eliminatória, a nossa equipa, conseguiu resistir à pressão e volta assim às meias-finais da Liga Europa sete anos depois. O adversário que se segue é o Atlético de Bilbau que eliminou o Schalke 04. Venham de lá esses bascos!

Rui Patrício - Como muitas vezes têm acontecido, o nosso guardião foi mais uma vez herói. Fez uma grande exibição, perante o ataque venenoso ucraniano comandado por Taison, Cleiton Xavier e Cristaldo. E por jogos como este, é que é prioridade renovar o contrato com o Marrazes.
André Martins - Foi a surpresa que Sá Pinto colocou no onze, quando se pensaria que o titular seria Renato Neto. Foi muito importante nas compensações, na posse de bola, e no "sair a jogar".
Wolfswinkel - O holandês acabou por ser decisivo ao marcar um bom golo de cabeça, precioso para a eliminatória. Nota também para um imenso espírito de sacrifício pois também actuou defensivamente nas recuperações de bola e pressionar, dando efectivamente o corpo ao manifesto.
João Pereira/Izmailov - Duas exibições fracas, do ponto de vista ofensivo e defensivo. O lateral cometeu muitos erros de decisão no ataque, e na defesa deixou muitos espaços. Já o russo não se disponibilizou tanto defensivamente, e mesmo no ataque teve muitas perdas de bola infantis.

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