sexta-feira, 20 de abril de 2012

Bucareste fica mais perto!

Capelão esteve em grande!
Mais um grande jogo, mais uma grande noite europeia como este Sporting bem nos tem habituado. Não estava á espera de um jogo tão bom da nossa parte devido a ainda sentir um resquício de desconfiança e pela má noticia de Matigol não poder jogar. Mas André Martins (que substituiu o chileno) encarregou-se de apagar das nossas memórias a ausência do chileno, e ele e Izmailov "embelezavam" o meio campo e serviam a garra e velocidade de elementos como Capel ou João Pereira. 
O nosso Sporting entrou melhor que o adversário, com um ritmo bem mais elevado, jogando de forma intensa.  Insúa até começou por acertar na baliza, num "livre bomba" que Iraizoz defendeu porque a bola foi na sua direção. Isto logo aos quatro minutos, pouco antes de um grande lance de André Martins, cruzamento de João Pereira e o remate de Van Wolfswinkel que provocou vários gritos de golo na bancada. Mas foi ao lado, por pouco.
O ritmo não seria intenso durante toda a primeira parte, obviamente, as oportunidades deixaram de aparecer nos minutos seguintes, mas a defender nós continuávamos muito bem - pressionante e eficaz. Tornou-se difícil analisar as prestações de jogadores como Muniain e Llorente, já que a bola nem chegava lá. Daniel Carriço esteve em destaque, parecia que aparecia em todo o lado.
A primeira jogada ofensiva dos bascos que resultou num remate (de Susaeta) surgiu já depois da passagem da meia hora. E na resposta, contra ataque perigoso do Sporting, remate forte de João Pereira e a bola tocou na parte de fora do poste.
Os espanhóis começaram a equilibrar o encontro, seguiram-se dois remates que Rui Patrício respondeu com facilidade, mas aos quais nós respondemos com duas grandes oportunidades, já em cima do intervalo. Primeiro, Wolfswinkel tentou à entrada da área, a bola saiu a um metro do poste; depois Insúa atrapalhou-se quando seguia isolado para o golo e acabou por cair sem rematar antes.
0-0 ao intervalo.
A segunda parte começou como a primeira, com o conjunto caseiro claramente mais ofensivo e pressionante. Os remates de Carriço, para a bancada, e de Insúa, num cruzamento-remante, não resultaram. O minuto 53' marcou o início da mudança na partida. De um lado João Pereira, reclamava mão na área espanhola (a bola bate primeiro na cabeça e ressalta depois no braço de Amorebieta) e na jogada seguinte o golo inaugural. Num livre, um ressalto colocou a bola no segundo poste e Aurtenetxe, talvez sem estar à espera, encostou para o 0-1. Um golo contra o rumo que a partida estava a ter e que animou os espanhóis. E nós sofremos! Cinco minutos depois, após uma oferta de Xandão, que originou um pontapé de canto, Amorebieta enviou a bola ao poste. O segundo golo do Atlético parecia por perto e já se temia o pior.
Os últimos 15 minutos pareceram retirados de um jogo distinto daquele que havia sido visto até então na maioria da segunda parte: começa um vendaval ofensivo leonino! Ao minuto 75', e tal como no primeiro golo, num cruzamento surge um ressalto para o segundo poste e, mesmo longe da baliza, Insúa faz de cabeça um golo belo e inteligente, colocando a bola no poste mais distante, sem hipótese para Iraizoz.
Com a adrenalina do momento os nossos jogadores não demoraram a fazer a reviravolta. Quatro minutos depois, jogada do lado direito, Izma combina com Capel, e o pequeno chico com um remate forte, rasteiro e muito bem colocado destroça os compatriotas.
E poderia ter havido goleada em Alvalade!!: mais quatro minutos e Carrillo ficou a centímetros do terceiro e, pouco depois, o peruano conduziu um contra ataque, cruzou para a área, mas nem Wolfswinkel (falhou muito no jogo), nem Pereirinha foram capazes de concretizar.
No final, não ficaram dúvidas quanto à justiça da nossa vitória, que nem merecia ter sofrido qualquer golo. O Sporting foi melhor, mais pressionante, com a garra habitual, mas o Atlético também não demonstrou o que conseguiu fazer em Manchester e Gelsenkirchen, por exemplo. Em San Mamés dificilmente o nível será o mesmo, e haverá trabalhos defensivos redobrados da nossa parte.
[Homem do Jogo] Diego Capel - Possivelmente a melhor e mais completa exibição de Dieguito de leão ao peito! Ver o espanhol nas suas loucas correrias já nos é familiar; o mais estranho foi ver o espanhol a recuperar bolas e a ir até onde podia para nenhum basco fugir. Depois..., aquele 2-1. Simplicidade de Izmailov e o coração do Sporting no peito da bota esquerda de Capel. Bola lá dentro e Alvalade fez tremer Lisboa. Para além disto pôde-se ver melhorias em Capel, por exemplo no passe e no controlo de bola. Que continue!
Izmailov/André Martins - Na ausência de Matías Fernández foram eles os dois os estrategas ofensivos de serviço. E muito bem fizeram eles! O russo teve uma primeira parte um pouco apagada, mas na 2ª, ao jogar no meio com Martins, demonstrou toda a frieza de processos que o caracteriza. Cada drible, cada passe, cada simulação sua é uma pedra de gelo no estômago dos adversários. Coroou a exibição com uma assistência, mas fica de fora do jogo em San Mamés. Já o português foi um pouco ao contrário: exibição excelente no 1º tempo dando dinâmica ao meio campo; na 2ª parte caiu um pouco devido ao desgaste físico.
Polga/Xandão - Como tem sido costume: Xandão nas alturas, Polga no solo, assunto resolvido! Duas boas exibições mas principalmente de Polga que esteve excelente na leitura de jogo e nos cortes. Xandão anulou bem Llorente.
João Pereira/Insúa - Na Europa temos um Emiliano Insúa de luxo que demonstra faro goleador! O argentino é já o defesa com mais golos em todas as edições da Liga Europa (sem contar com a Taça UEFA). Nos momentos ofensivos do jogo, raramente não estavam Insúa ou João. João Pereira fez o flanco de uma linha de fundo à outra, sempre com grande intensidade e em combinações constantes. Claro, ter Izmailov ou Capel ajudou, mas foram essas conexões que o lateral direito soube aproveitar para furar pela defensiva basca. Um leão que acabou com a língua de fora, tal como era pedido e exigido. Um jogo enorme dele.
Schaars/Carriço - Os dois dominaram o meio campo, o primeiro com a posse de bola e o passe, o segundo com as recuperações de bola e poder de choque. Já a ninguém passa pela cabeça colocar Carriço a central pois esta é a posição certa para ele, e onde as suas qualidades estão mais potenciadas.

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