sexta-feira, 27 de abril de 2012

Adeus á Liga Europa

Athletic Bilbao vs Sporting (EPA/Luis Tejido)
Fim do sonho europeu
Sá Pinto havia dito, na antevisão do jogo, que os seus jogadores não iam entrar no relvado apenas para defender. A verdade é que defendiam... logo no ataque. Começámos o encontro de uma forma agressiva, rápida, a pressionar ainda no meio campo adversário, onde conseguimos roubar algumas jogadas.
As tentativas de Llorente e Muniain foram travadas por Rui Patrício e pela nossa defesa e, por isso, não assustaram muito. O que assustou mais aconteceu na outra área, aos 10 minutos, quando Van Wolfswinkel viu o cartão amarelo por uma falta na área contrária, quando apenas se tinha esticado para tentar rematar. O holandês não jogaria a final, caso nos tivéssemos apurado.
Apesar de ter iniciado melhor, o Sporting foi o primeiro a sofrer um golo. Decorria o minuto 16' quando Llorente, após um cruzamento, assistiu Susaeta com o peito e este não desperdiçou a oportunidade de inaugurar o marcador. Nesse golo houve imediatamente protestos; isto porque, na origem da jogada do golo, não foi vista pelo sr. árbitro uma cotovelada na cara de Schaars. Obstrução clara, não assinalada...
A turma de Alvalade não tremeu. Logo nas jogadas subsequentes, depois de Wolfswinkel e Capel terem visto os seus remates travados por pernas adversárias, num cruzamento Pereirinha apareceu sozinho ao segundo poste e cabeceou por cima (podia ter feito melhor).
Até à meia hora continuou a assistir-se a um desafio com um ritmo elevado, com muita luta e vontade dos dois lados, protagonizando um jogo agradável - mesmo sem oportunidades claras de golo - no qual havia períodos largos em que a bola não saía, nem era assinalada qualquer falta, aumentando assim o tempo útil.
Já depois de Ibai Gómez ter marcado, mas em posição de fora de jogo - bem assinalado - foi Polga a estar perto do empate, num desvio de cabeça ao primeiro poste, na marcação de um canto. Iraizoz estava no caminho.
Os últimos minutos da primeira parte trouxeram um período louco. Era notório que o Atlético ia subindo de rendimento e estava agora mais perigoso: primeiro por Herrera, que falhou o desvio num cruzamento, e depois por Llorente, que sozinho rematou de forma acrobática e permitiu a Rui Patrício uma defesa complicada.
Contra a tendência recente da partida, o Sporting marcou. Aproveitando um ressalto de um remate de André Martins, Wolfswinkel atirou colocado com o pé esquerdo. Mesmo limitado fisicamente, desde cedo (uma falta não assinalada a meio campo), o holandês fez o empate a dois minutos do intervalo.
A questão depois foi mesmo essa: ainda faltavam dois minutos para o descanso. E nos primeiros segundos dos descontos, foi dado espaço a Llorente, que fez um bom trabalho individual e a sua segunda assistência da noite, desta vez para Ibai que, também com espaço, rematou para o 2-1. Intervalo logo a seguir.
Matías saiu e Carriço entrou, no início da segunda parte. E o jovem português foi "marcado" pelo árbitro: viu um cartão amarelo por uma falta a meio campo, numa entrada arriscada mas na qual nem tocou no adversário; depois mal podia tocar num jogador espanhol que era assinalada falta e com aviso por parte do árbitro. Iturraspe fez faltas sucessivas por trás, sobre André Martins, e aparentemente o juiz nunca falou com o basco.
O Atl. Bilbau foi o primeiro conjunto a criar perigo, nomeadamente através de um remate de cabeça de Javi Martínez, ao poste. Insúa não gostou de ver essa jogada e, pouco depois, enviou também a bola ao poste, num livre potente.
A partida, tal como numa fase da primeira parte, entrou num período tenso, de garra e ao mesmo tempo nervos, com o equilíbrio a dominar. Só a meio do segundo tempo o golo voltou a estar relativamente perto: Iturraspe e a cabeça de Llorente, por duas vezes, tentaram marcar, mas Rui Patrício e Xandão travaram as aspirações espanholas.
Entretanto saía de campo André Martins para a entrada de Carrillo, que pareceu demonstrar pouca vontade esta noite. Passou ao lado do desafio. E o tempo ia passando. Nos instantes finais o Atl. Bilbau optou por jogar devagar ou devagarinho e, de vez em quando, atirar a bola para a frente pelo ar, para a cabeça de Llorente. O prolongamento aproximava-se claramente e os adeptos do Sporting nem deveriam estar muito incomodados com esse possível cenário, pois a maioria lembrava-se de Miguel Garcia na Holanda e o afastamento do AZ Alkmaar num cenário muito semelhante em termos de resultado.
O problema é que, com o jogo a "morrer", Ibai Gómez lembrou-se de acordar, deixou João Pereira para trás, cruzou e Llorente aproveitou o facto de Polga estar a marcar por trás e encostou para o 3-1, com a bola ainda a bater no poste. Duas assistências e um golo para o internacional espanhol.
Estava tudo estragado. 87 minutos. Outro espanhol, Jeffrén, tentou marcar de muito longe, mas nessa altura, e já com Xandão a ponta de lança, era mais o desespero que estava em campo.
Nada de registo até final, mas de madrugada, os nossos jogadores tiveram a chegada que mereceram pela excelente caminhada na Liga Europa
[Homem do jogo] Rui Patrício - Sem culpa em nenhum dos 3 golos, Rui não permitiu mais ao Bilbao. Fez um punhado de defesas providenciais não tendo ficado para trás no duelo com o ataque espanhol.
Schaars - Uma competente exibição no meio campo, a jogar a médio defensivo, foi ele e André Martins que deram a fluidez que o nosso meio campo revelou principalmente na primeira parte do encontro.
Capel/Wolfswinkel - Duas exibições esforçadas. O espanhol levou muitas vezes os conterrâneos atrás de si.  Podia até ter ganho mais faltas, mas estava ao critério de um árbitro inglês. Já Ricky esteve na maioria do jogo tocado, mas marcou um golo que coroou uma boa exibição.
Defesa - A nossa defesa esteve em dia não. 

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