quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Em vantagem para a segunda mão

Legia-Sporting [Foto: Bartlomiej Zborowski/EPA]
Na estreia de Sá Pinto empatámos 2-2, resultado que nos coloca em boa posição para conseguir o passaporte para os oitavos de final da Liga Europa. A segunda mão é no dia 23, em Alvalade.
Foi melhor o resultado do que a nossa exibição, mas Sá Pinto mostra que talvez valha a pena apostar mais na formação do que o que estava a suceder com Domingos. Os golos foram de Carriço e André Santos, este último, aos 88' verdadeiramente portentoso, num remate em trivela. Mas grande mérito deste resultado tem de ser dado ao melhor jogador esta época. Rui Patrício, pois claro, autor de duas defesas sensacionais. Outro futebolista da nossa escola...
Na sua estreia como técnico do Sporting, Sá Pinto fez regressar Polga ao onze (Xandão ficou no banco) e também em Izmailov. E como se previa, o esquema tático foi o mesmo normalmente utilizado por Domingos Paciência (4.3.3). O sistema de jogo implementado saiu prejudicado pois a troca de bola era dificultada pelo péssimo estado do relvado e deveria-se ter optado por um estilo de jogo mais direto. Oportunidades de golo nos primeiros 20 minutos nem vê-las, mas foi o Sporting quem se aproximou com relativo perigo da baliza adversária, através de boas iniciativas de Insúa e Matías Fernández.
A primeira ocasião de golo surgiu aos 24´ para o Legia, depois de um desentendimento entre Insúa e Polga, mas Rui Patrício foi gigante a travar o remate de Zyru, que estava isolado. O Legia ganhou ascendente a partir deste lance. Exigia-se jogo direto e não tentativas individuais e tabelas, e por isso explica-se a fraca exibição na 1ª parte. O golo da equipa da casa, apontado aos 38' não surpreendeu, num lance em que houve grande liberdade de movimentos na área, na sequência de um livre lateral.
A superioridade do Legia continuava e valia Onyewu, com cortes importantes. Já Polga, o seu parceiro no centro da defesa, colecionava erros difíceis de entender em alta competição. O melhor que aconteceu ao Sporting foi o intervalo, pois a sensação que pairava no ar era que o Legia poderia chegar ao segundo golo a qualquer momento. 
Izmailov e Schaars não regressaram das cabinas após o intervalo e entraram Carriço e Pereirinha. Este último começou logo por perder uma bola de forma incrível e voltou a valer Rui Patrício, a negar o golo a um adversário que estava isolado. A equipa continuava a denotar falta de agressividade e completa desadaptação ao terreno, mas aos 52' podemo-nos queixar de um penalty que ficou por marcar, por mão clara na bola de um defesa polaco.
O empate surgiu aos 60' sem que nada o fizesse prever: Carriço marcou de cabeça após livre "teleguiado" de Matías Fernández e o Sporting melhorou muito com o empate e Pereirinha esteve perto de fazer o 2-1 aos 66' através de bom remate à entrada da área. Pena que Carrillo perdesse tantas bolas. O peruano tem grandes potencialidades, mas a quantidade de lances que se perdem nos seus pés é assustadora...Aos 74' o jovem extremo foi rendido por André Santos e vimos o Sporting mais português desta época, com Patrício, João Pereira, André Santos, Carriço e Pereirinha.
E numa altura em que o Sporting dominava, o Legia voltou à vantagem, ao minuto 79. Um lance que suscita dúvidas, não se percebendo se o avançado polaco estava em linha ou ligeiramente adiantado. Mas de qualquer maneira, não era caso para desistir do lance e deixar um jogador completamente isolado à frente da baliza, que só necessitou de empurrar para o fundo das redes.
Quando já nem eu acreditava que o Sporting chegasse ao empate, André Santos fez um golo simplesmente fabuloso, com remate em trivela.  E o Sporting até poderia ter ganho no último minuto: um remate de Insúa passou muito perto do poste direito.
Rui Patrício - Tem nos valido imenso esta época e tem nos salvo de piores resultados. Esta noite, com o frio polaco, teve três intervenções na cara do adversário resolvidas com excelência. Sem culpa nos golos sofridos
Onyewu - Onyewu fez valer o seu físico perante os adversários. Num jogo dificil, frio e muito combativo, o americano tomou as melhores decisões efectuando cortes providenciais. Ao contrário esteve o parceiro de posição.
Carriço - Num jogo onde se pedia combatividade e mais físico, Sá Pinto tomou a boa decisão de colocar Carriço. Com características de central, Daniel ao lado de Rinaudo segurou melhor o meio campo e como bónus marcou um dos golos.
André Santos - Destaque pelo golaço que marcou. Que continue a trabalhar, que de certeza que Sá Pinto lhe dará oportunidades.
Polga - Acumulou erros e mais erros. Os cortes que fez ou saiam para canto ou para lançamento lateral.   Sá Pinto pode começar a estudar as outras opções...
Wolfswinkel - Foi um jogo frustrante para o holandês. Quase não ganhou uma bola nas disputas, e para piorar, os seus colegas não tiveram o engenho de lhe criar oportunidades dentro da área. 

Sem comentários: