Captain America at our service!

Foi mesmo assim que se pode caracterizar a exibição do americano hoje. Ao nosso serviço, deu-nos a vitória! E assim o nosso Sporting estreou-se a vencer em 2012, derrotando o Beira-Mar por 2-0, em jogo que contou com 38 mil espetadores em Alvalade. Futebol à tarde é outra coisa e apesar dos maus resultados, foi a quarta melhor casa da época em Alvalade, depois dos jogos com Valência (49 mil), FC Porto (48 mil) e Nacional (40 mil).

A vitóra era o mais importante, mas a exibição esteve longe de ser de gala. Mas valeu a entrega e a eficácia nos lances de bola parada do gigante Onyewu. Com Rodríguez e Ribas de regresso ao onze inicial, o nosso Sporting começou com um susto. Onyewu perdeu a bola em zona proibida logo aos 30 segundos e teve de recorrer à falta, vendo o cartão amarelo. 

Aos 18 minutos, numa altura em que o equilíbrio era a nota dominante, Onyewu adiantou o Sporting no marcador, desviando de cabeça pontapé de canto teleguiado de Jeffren. No entanto, o golo não nos espevitou. Na frente de ataque, Ribas mostrava-se tímido e Renato Neto tinha dificuldades para sair a jogar a meio campo e fazia muitas faltas. Elias mostrava de novo que passa por momento menos bom, enquanto Jeffren e Capel não desequilibravam nas alas e só Matías dava um ou outro ar da sua graça, construindo boas jogadas de ataque. Mas o Capitão América estava insuperável nas alturas e aos 28' aumentou a contagem. Desta vez, a assistência foi de Capel, num livre lateral. Foi o quatro golo do central na Liga, quinto em todas as provas. E se em tantos jogos desta época o nosso clube não venceu depois de desperdiçar inúmeras ocasiões de golo, desta vez via-se em vantagem sem ter feito muito por isso.

O 3-0 esteve à vista aos 51' numa excelente antecipação de Jeffren, após assistência de Capel. Logo a seguir Duarte Gomes mostrou amarelo a João Pereira, por palavras, e este falha a deslocação aos Barreiros, na próxima jornada. O Beira-Mar só importunou Patrício num remate de Zhang à barra. Aos 60 minutos e após 150 minutos de leão ao peito, Ribas fez finalmente um remate. E com muito perigo, diga-se. Ganhou-lhe o gosto, pois na jogada seguinte efetou excelente cabeceamento que passou muito perto da barra. Mas já estava assinalado fora de jogo. A partida entrou numa toada (ainda mais) calma. Os nossos jogadores preocupavam-se basicamente em circular a bola e o Beira-Mar raramente se mostrava perigoso.  Aos 76' Ribas apareceu em mais um fortíssimo remate, bem parado pelo guardião dos visitantes. O uruguaio pode não ser rápido, mas potência de remate e bom jogo de cabeça não lhe faltam. Uma coisa é certa: é seguramente bem melhor do que Bojinov e quando estiver mais adaptado ao estilo de jogo da equipa, poderá ser uma mais valia. 

Nos últimos minutos, o Beira Mar começou a atacar mais, com rapidez e depois de muitas investidas perigosas, conseguiram fazer a bola bater no poste. E assim vencemos um jogo que se pedia mais bonito perante a moldura humana.

+ Positivo

Onyewu - O Capitão América nem começou bem a partida, pelo contrário, cometeu um erro infantil ao perder uma bola em zona proibida. Emendou com uma falta. Antes um cartão amarelo que um aveirense isolado para a baliza de Rui Patrício! Durante o jogo esteve excelente na defensiva, sempre em evidência perante o seu par. Mas foi na área contrária que se distinguiu e levou a paz ao mundo leonino. Dois golos idênticos, um após canto, outro após livre lateral e o resultado em 2-0. Ganhou moral, deu o corpo às balas e, com quatro golos na Liga, é já o nosso segundo melhor marcador na prova, atrás de Van Wolfswinkel.

Matías Fernandez - Jogou a 10 e é aí que se pede que jogue. Mostrou uma vontade enorme, atitude de líder com a bola nos pés e criou, ou descobriu, vários espaços na organização aveirense. 

Jeffrén/Capel/Carrillo - Os nossos extremos estiveram bem. Os dois primeiros somaram uma assistência cada e exibições esforçadas onde podiam ter marcado. O peruano entrou bem no jogo e teve também oportunidades nos pés.

Sebastian Ribas - Na primeira parte mostrou-se tímido e não fez grande coisa. Na segunda parte entrou com outra atitude: teve mais bola, rematou, e teve duas ocasiões de golo. Ribas mostra que é um avançado com características diferentes do que temos. É mais fixo, tem poder de choque e mostrou grande potência de remate e cabeceio. 

- Negativo

Renato Neto - Foi a unidade menos neste jogo. Não conseguiu transportar o jogo defesa-ataque, perdeu muitas bolas (que depois deram em perigosos contra ataques do Beira Mar) e revelou-se muito faltoso.

João Pereira - É uma das unidades em pior forma. Soma jogadas e passes inconsequentes a faltas desnecessárias, e revela-se sempre muito previsível fazendo sempre as mesmas fintas e movimentações.