terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Caixinha das Memorias

Azevedo



De baixa estatura, Azevedo revelou-se enorme entre os postes com a camisola do Sporting. Estreou-se 1935 acabou a sua carreira no Sporting em 1951. Conquistou nove Campeonatos e três Taças de Portugal. Recusado pelo Benfica de Vítor Gonçalves, o guarda-redes foi para o Sporting, que representou durante 17 épocas. Acompanhou a evolução dos “Cinco Violinos” e tornou-se no jogador com mais clássicos de sempre (87).
Desses, 29 foram seguidos e em dez conseguiu manter as redes invioláveis, sempre em casa!
 
Ficou conhecido como o “gato de Frankfurt”, alcunha atribuída pelos jornalistas alemães, devido à estrondosa exibição no Alemanha-Portugal (1-1), a 24 de Abril de 1938, que serviu para estrear Peyroteo na Selecção nacional. Nessa altura, já Azevedo era dono e senhor da baliza leonina, depois de ter sido recusado pelo Benfica.
É verdade! Nas Amoreiras, Vítor Gonçalves, então treinador dos encarnados, gostou dele mas Azevedo não gostou de uma determinada resposta. “ No fim do treino, pedi-lhe dinheiro para as passagens rumo ao barreiro (sua cidade-natal), ele disse-me para ir receber à sede, não gostei e nunca mais lá voltei.”
No Sporting desde 1935 até 1952, Azevedo ainda hoje é o sportinguista com mais títulos de sempre. Ao todo, foram 21, com destaque para sete Campeonatos Nacionais e oito Regionais de Lisboa. Acompanhou, desde Soeiro e Possak a Juca e Mário Wilson, passando, inevitavelmente, pelos “Cinco Violinos”. Azevedo fez, portanto, história no Sporting e na Selecção Nacional.
Nos clássicos, o seu nome também está envolvido em algo de grandioso, pois é o jogador com mais jogos de sempre (87) e não se vislumbra uma concorrência forte e capaz de o derrubar (Beto, 40, e Jorge Costa,49) de um número que foi sempre seu: 1. E não é por acaso.
Azevedo será sempre reconhecido como um guarda-redes heróico. A 17 de Novembro de 1946, no Campo Grande, fracturou a clavícula aos 43 minutos.
Saiu de campo e Jesus Correia, autor do único golo até então, ocupou o seu lugar até ao intervalo. Na segunda parte, Azevedo reentrou e só sofreu um golo (de Arsénio) numa extraordinária vitória dos leões por 3-1, com golos de Albano e Peyroteo. Foi esse o espirito que catapultou Azevedo para a fama. Aliás, foi levado inúmeras vezes em ombros depois de feitos inigualáveis. Célebres ficaram os seus vôos arrojados e a sua coragem nas ocasiões em que actou na baliza com problemas físicos. Uma vez, levou 12 pontos na cabeça depois de um choque com um adversário, mas não abandonou a baliza. Num encontrio frente ao Belenenses partiu o pé mas não quis sair de campo.
Numa época em que era quase impossível não sofrer golos durante 90 minutos, Azevedo tem uma média de 2,01 tentos sofridos por clássicos e somou dez jogos com a baliza inviolável.
Quando abandonou o Sporting, foi substituído por Carlos Gomes, outro produto do Barreiro. Por coincidência, o sucessor deste, Carvalho, Também nascera lá. Mas foi Azevedo quem lhe deu o mote na baliza leonina e nacional.


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