segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O melhor Adrien de sempre


Um dos segredos da primeira metade de temporada que o nosso Sporting está a realizar é sem dúvida o seu meio-campo. Numa altura em que os plantéis dos três grandes são autênticas sociedades das nações, o nosso trio de centrocampistas, prima, desde logo, por ser totalmente português. 
Partilhando o setor com William Carvalho e André Martins está Adrien Silva. Lançado em 2007 por Paulo Bento, sempre exibiu qualidade, mas foram-lhe faltando jogos, que o atiraram para empréstimos em 2010/11 e 2011/12, nomeadamente, à Académica. Inicialmente, parecia tratar-se de um trinco. Em Coimbra ocupou essencialmente os dois lugares mais adiantados do meio-campo. No regresso a Alvalade, com Ricardo Sá Pinto, foi aposta regular como 10. Mas numa temporada com um rendimento desportivo péssimo a nível coletivo, o desempenho de Adrien não foi exceção. Ainda assim, como playmaker demonstrou ter pouca velocidade de pensamento e execução. Isso não favorecia uma rápida circulação de bola junto à área adversária ou um último passe mortífero. O futebol do luso-francês, era tal como o da equipa em geral, bastante denunciado, lento e pouco criativo.
Com Leonardo Jardim, o Sporting passou a jogar com maior regularidade em 4x3x3. William Carvalho é o trinco, André Martins o médio que geralmente se aproxima mais do ponta-de-lança, e Adrien mantinha-se numa linha intermédia. Mas atenção, a melhoria de rendimento não se deveu apenas a uma mudança posicional. Este Adrien joga a uma velocidade mais elevada, pensa e executa mais rápido, basicamente, ganhou mais intensidade. Mas a progresso no seu desempenho não se esgota nas tarefas ofensivas, bem antes pelo contrário. O nº 23 é um atleta com grande pulmão, e passa os 90 minutos a morder os calcanhares aos adversários, a pressioná-los, a obriga-los a jogar mal. Quem viu o último Sporting – FC Porto da Taça da Liga terá uma bela demonstração disso mesmo.
Há quem fique impressionado pelos poucos golos que sofremos, porque acham a dupla Maurício e Rojo pouco comparável a outras. A justificação passa pelo trabalho intensivo do meio-campo, sempre muito pressionante, que recupera muitas bolas, impede a progressão dos adversários e não expõe o quarteto defensivo. Neste miolo, para além do já muito badalado William Carvalho, e de André Martins, que até pressiona ao lado de Montero em zonas mais adiantadas, evolui o melhor Adrien de sempre.
E quando este trio se tiver de desfazer por suspensão ou lesão, quem está a altura para ser um digno substituto? É esta a questão que faz a comunidade leonina tremer.

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