sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Eliminatória para resolver em Alvalade


Hélder Postiga (foto ASF)

Os conceitos estão lá, a capacidade de os pôr em prática... ainda não. As primeiras escolhas, quem parte na frente, parecem evidentes, as vantagens dessa eleição, são ainda equívocas - ou, pelo menos, ainda sem benefícios evidentes. O Sporting empatou, a zero, tem tudo em aberto para seguir em frente para a Liga Europa, como se lhe impõe, de resto, mas a pressão alta a que quer sujeitar o adversário e a eficácia na finalização são aspectos que requerem especial atenção, daí o ser fulcral a contratação de um ponta de lança goleador de respeito.
O Sporting iniciou a campanha europeia exactamente com o mesmo figurino que arrancara, cinco dias antes, para a época 2011/12. Sem tirar nem pôr, Domingos escalou o mesmo onze para defrontar o Nordsjaelland na Dinamarca que aquele que recebera no sábado anterior o Olhanense - e tropeçara, consentindo o 1-1. Afinal, a prestação das três peças do meio-campo - Rinaudo, André Santos e Schaars - deixara indicações de poder segurar o jogo num encontro em que importava, sobretudo, não sofrer golos.
Pese embora com os mesmos intérpretes, Domingos levou outro guião para a Dinamarca do que o que apresentara na recepção aos algarvios. Com o Nordsjaelland a jogar em 4x2x3x1, o 4x3x3 verde e branco vestia-se em 4x1x4x1, com os alas Jeffrén e Djaló(?) a ocuparem o espaço entre laterais e extremos, Rinaudo a colar-se ao "dez" nórdico - Lawan, primeiro, Christensen, depois - e André Santos e Schaars a encostarem na dupla de pivôs defensivos contrária: Stokholm e Adu. O Sporting conseguia, assim, travar o contragolpe dinamarquês, opondo-se logo no início da manobra ofensiva do adversário. A pressão alta possibilitava a recuperação da bola em zonas muito avançadas, mas o Sporting falhava no derradeiro passe para criar perigo, ou, quando o conseguia, errava a pontaria (como Postiga, aos 11', após arrancada de Rinaudo). Era, aliás, o argentino o dínamo pendular de toda a manobra colectiva, com um par de passes magistrais a rasgar todo o meio-campo dinamarquês, e Jeffrén, com uma, duas "nozadas" aos nórdicos.
Para a segunda parte, e à semelhança do que sucedera com o Olhanense, Domingos lançou Izmailov. As semelhanças, porém, esgotam-se neste facto. Em vez da troca directa por André Santos, o russo entrou pelo lesionado Jeffrén, ocupou a direita em vez do miolo, e não imprimiu a dinâmica, nem foi decisivo como no jogo da primeira jornada. À passagem da hora de jogo, dá-se o instante que marcaria a tendência até final. Não foi a entrada - um regresso que se saúde e pelo qual Domingos, por certo, ansiava - de Matías para o lugar - então, sim - de André Santos, mas antes a de Miskkelsen por Beckmann. O Nordsjaelland ganhou maior largura e profundidade e passaria - ainda mais com a entrada de Andreas Laudrup, aos 74' - a conseguir investidas muito mais perigosas - nomeadamente aquela que Rodriguez travou no limite, à entrada da área e que Bjelland, de livre, desperdiçou para fora. Antes, aos 72', os dinamarqueses conseguiam o primeiro canto da partida e o Sporting colocou 11 jogadores dentro da área - sintomático do alerta que os leões fazem soar ante a capacidade nórdica nas bolas paradas. Na hora do aperto, valeu... Polga.

+Positivo
Polga - O central esteve como há muito não se via. Calmo. irrepreensivel e muito nas antecipações. O brasileiro está a mostrar que quer ser opção válida.
Jeffrén - O nosso melhor elemento em campo. Apesar de ter saido lesionado no intervalo, foi o agitador e desiquilibrador criando situações ofensivas mal aproveitadas pelo nosso pseudo-homem-golo, Postiga

- Negativo
Yannick - Inconsequente. O extremo não conseguiu imprimir a sua velocidade na esquerda. Para além disso perdeu muitas bolas com passes sem anexo e dribles de criança.
Postiga - Muito mal.Voltou a demonstrar falta de eficácia e até algum egoísmo. Não pode actuar sozinho na frente de ataque de um clube que lute por titulos. 

1 comentário:

Nuno Ferreira disse...

Só espero que não aconteça o mesmo que nas duas últimas épocas em que fomos eliminados em casa depois de empatar fora (Atlético de Madrid e Rangers).