Futuro nas mãos de Rui

Com o futuro nas mãos e a crítica a seus pés, Rui Patrício protagonizou ontem mais uma exibição de gala em clássico no qual só não evitou o impossível, daí a vitória portista por 3-2. Pese a derrota, o camisola 1 leonino retirou uma vez mais as dúvidas a quem ainda as tinha, provando cabalmente o porquê de uma temporada de alto nível no plano individual, maculada apenas pelos fracos resultados averbados pelo colectivo verde e branco. Na força dos seus 23 anos e com uma larga margem de progressão diante de si, o guardião do Sporting continua a ser uma aposta de futuro, inserido num desígnio a si apenas reservado: guardar as redes dos leões por muitos anos. Tal intenção foi ontem reiterada pelo director-geral desportivo da SAD verde e branca, Carlos Freitas. Porém, não há como fugir à atenção dos grandes emblemas europeus.

Anteontem, perante a (ainda) invencível e já campeã armada do FC Porto, o Marrazes tornou a mostrar estofo, reflexos, sangue-frio e concentração a toda a prova num encontro de nervos, provas evidentes do crescimento de um atleta jovem e que subiu a pulso no posto, mesmo sob críticas severas durante os primeiros tempos entre os postes. Os homens de André Villas-Boas por três vezes sacudiram as redes, sem culpas do camisola um, que em sete ocasiões brilhou a grande altura. Aliás, não fora a evolução e o grande momento de Patrício, bem piores seriam os males de um Sporting só a lutar por reaver o terceiro lugar da Liga ZON Sagres na recta final de mais uma temporada fértil em frustrações e instabilidade interna. É desejo firme da SAD leonina explorar e conservar ao máximo o contributo de um atleta cada vez mais determinante numa função bastante específica, mas os grandes tubarões da Europa já perseguem o camisola um (ver mais informação ao lado).

A juntar ao sucesso ao serviço do clube em representação do qual se formou e onde hoje cimenta a posição e granjeia aceitação, Rui Patrício surge cada vez mais reservado a candidato natural à sucessão de Eduardo na defesa do País. O Marrazes foi internacional em vários escalões de formação e já se estreou pela Selecção Nacional, na goleada imposta à Espanha (4-0), pela mão de Paulo Bento, justamente o homem que o lançou no Sporting, quando ele tinha apenas 18 anos e alinhou em casa do Marítimo para sair como herói depois de defender uma grande penalidade e conservar a vitória.

Outros voos esperam Patrício, cada vez mais um leão das nossas balizas.